Fawzia Fuad apesar de ser pouco conhecida na atualidade, foi uma das mulheres mais belas e famosas da sua época. O famoso fotógrafo britânico Cecil Beaton, que também fotografou a Rainha Elizabeth II, a apelidou de “Vênus da Ásia”, isso após uma sessão de fotos para a capa da revista Life, de 21 de setembro de 1942. Ela foi a primeira, das três esposas que o Xá da Persia teve ao longo da vida.
Fawzia Fuad nasceu em 5 de novembro de 1921, ela foi a segunda dos cinco filhos do Sultão Fuade I do Egito e Sudão (1868-1936) e sua segunda esposa Nazli Sabri (1894-1978).
A princesa Fawzia recebeu uma excelente educação na Suíça, onde aprendeu inglês e francês, era muito elegante e de uma beleza impactante, porém, ela é descrita como uma pessoa emocionalmente frágil, uma menina muito ingênua, superprotegida e delicada. Passou a sua infância na corte egípcia, que era luxuosa e extravagante. Fawzia Fuad do Egito, adorava o seu status de princesa, tinha tudo o que desejava e foi muito mimada pela mãe e as tias.
Em 1938 Rei Farouk do Egito, irmão de Fawzia, que nessa época já havia sucedido seu pai, começou a negociar o casamento da princesa egípcia com o príncipe herdeiro da Pérsia, atual Irã.
O xá Reza Pahlaví (1878-1944) estava a procura de uma esposa para seu filho. O objetivo era casar o herdeiro com uma jovem de descendência real, para compensar a escassa tradição da dinastia Pahlaví, que foi iniciada por ele mesmo, após o fim do período Kayar.
Um possível casamento com a filha do rei egípcio, era para ele a grande oportunidade que estava esperando.
Durante as negociações o xá não mediu esforços para agradar a princesa e sua família, ele enviou para eles uma coleção espetacular de joias.
Finalmente o noivado se tornou oficial em maio de 1938, sendo que os noivos nem sequer se conheciam pessoalmente.
A princesa Fawzia Fuad do Egito começou a se preparar e estudar o idioma persa.
Casamento da Fawzia Fuad do Egito com o Xá da Pérsia
Os jovens que na época tinham 19 e 17 anos se viram uma única vez, um mês antes do casamento. No dia 15 de março de 1939, o Príncipe e a Princesa disseram, “sim” no Palácio Abdeen, no Cairo.
Durante o casamento os convidados receberam caixas de chocolates confeccionadas com ouro e pedras preciosas
Depois do casamento, o casal partiu para Teerã na Pérsia, acompanhados pela Rainha Nasly.
E houve outra cerimônia de casamento, desta vez, de acordo com os costumes Persas.
Porém, a chegada de Fawzia, na corte persa foi difícil e complicada, a vida na Pérsia era muito diferente da que ela estava acostumada no Egito.
Apesar de Fawzia ter tentado aprender a língua da sua nova nação, ela não conseguia falar persa, o que dificultava as relações sociais com o resto da corte, ela inclusive só se comunicava com o marido em francês.
Ela não tinha uma boa relação com a sogra, a Rainha Tadj ol-Molouk (1896-1982), e nem com suas cunhadas, as Princesas Shams Pahlavi (1917-1996) e Ashraf Pahlavi (1919-2016), com quem disputava as atenções do marido.
Além disso, ela achava que o seu sogro era um homem extremamente violento.
Começou a ter episódios depressivos, e naturalmente isso prejudicava ainda mais a distante e fria relação que ela tinha com o marido. Mesmo assim, no dia 27 de outubro de 1940, nasceu uma menina, a princesa Shahnaz Pahlavi, essa que seria a única filha do casal.
Vida como rainha
Em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, o Irã foi invadido por ingleses e russos, o xá Reza foi forçado a abdicar e partir para o exílio. O seu filho se tornou novo Xá da Pérsia, e com a ascensão do marido, Fawzia subiu ao trono como rainha, foi capa de muitas revistas e se tornou um ícone de beleza e moda no mundo inteiro. Por outro lado, ela começou a dirigir uma das fundações mais importantes do Irã, a Fundação para a Proteção de Mulheres Grávidas e Crianças e cumpria com o seu papel de Rainha aparecendo em eventos e representando a Casa Real Persa.
Mas, ela era infeliz no casamento, ela escutava constantemente rumores sobre as infidelidades do seu marido. Ela nunca se sentiu bem-vinda na Pérsia, por exemplo, quando havia conflitos entre ela e a sogra ou cunhadas, o seu marido não a defendia, nem como rainha e, nem como esposa. Fawzia se sentia como um acessório da coroa Persa e foi descrita muitos ali como quieta e melancólica, consequentemente isso a deixava ainda mais depressiva.
Divórcio
Depois de cair em uma forte depressão, Fawzia mudou-se para o Cairo em maio de 1945. E com o apoio do seu irmão, pediu o divórcio, mas, na época não foi revelado quem o havia solicitado e muito menos as causas. O Xá tentou convencê-la, no entanto, a princesa se recusou e em 7 de novembro de 1948, após 9 anos de casamento, se divorciaram. Um grande escândalo, que foi notícia de primeira página, nos principais jornais e revistas da época.
Ela foi muito bem recebida de volta à corte egípcia recuperou seu título de princesa, mas sua liberdade teve um alto preço. Portanto, das condições indispensáveis para o divórcio com o Xá, era que filha seria criada na corte Persa com pai. Algum tempo depois o Xá da Persia se casaria com a sua segunda esposa Soraya Isfandiary.
Egito emitio um comunicado: “o clima persa colocava em risco a saúde da Rainha Fawzia, portanto, foi concedido o divórcio à irmã do Rei do Egito.”
Por outro lado, o Xá disse que o divórcio “não poderia afetar, por qualquer meio, as relações de amizade existentes entre o Egito e a Pérsia”.
Segundo Casamento de Fawzia Fuad do Egito
Fawzia se casou novamente no Palácio de Koupa em 1949 com o Coronel Ismail Chirine.
Acima de tudo, foi um casamento por amor. Fawzia Fuad do Egito viveu muito feliz ao lado do Coronel, como resultado, casamento durou até a morte dele em 1994. Tiveram dois filhos, Nadia que nasceu em 1950 e Hussein em 1955.
Em 1952, a monarquia foi abolida no Egito. No entanto, Fawzia foi um dos poucos membros da Família Real que decidiu permanecer no seu país.
Em 2009 teve que suportar a horrível dor da perda da sua filha Nadia aos 58 anos.
Morte
Fawzia faleceu 4 anos depois aos 91 anos em 2 de julho de 2013, na sua cidade natal.
Teve um discreto funeral e não foi enterrada, na mesquita “Al-Rifai” onde descansam o pai e o seu irmão, os últimos reis do Egito, mas, junto ao seu segundo marido com quem viveu 45 anos, sendo amada e feliz.