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Veja aqui o vídeo da Maria Leopoldina:

Quem foi a primeira imperatriz do Brasil?

A arquiduquesa Maria Leopoldina, a primeira imperatriz do Brasil, nasceu no dia 22 de janeiro de 1797, no palácio de Hofburg em Viena. Filha do último imperador do Sacro Império Romano Germânico, Francisco II e sua segunda esposa e prima, Maria Teresa das duas Sicílias. 

Assim como vários de seus irmãos, que nasceram com doenças mentais, epilepsia e má formações devido a consanguinidade de seus pais, Maria Leopoldina nasceu com Bócio, uma doença que afetava sua tireóide. 

A infancia de Leopoldina foi marcada pela Revolução Francesa

María Leopoldina nasceu durante o período da revolução francesa, na qual sua tia-avó Maria Antonieta morreu guilhotinada em praça pública, isso com certeza influenciou muito na sua infância e criação.

Maria Antonieta - Tia-avó de Maria Leopoldina
Maria Antonieta – Tia-avó de Maria Leopoldina

Além disso, em 1806, seu próprio país foi invadido por Napoleão Bonaparte, o seu pai abdicou como imperador do sacro império germânico romano. Mas, seu pai manteve o título de imperador da Áustria.

Em 1807, a mãe de Leopoldina morreria por complicações no parto de sua última filha, deixando Leopoldina e seus irmãos órfãos de mãe. Nove meses depois, seu pai se casaria pela terceira vez com Maria Luísa da Áustria, com quem não teria filhos. 

Mas ainda assim, tratou todos os filhos de seu esposo com se fossem seus próprios filhos. Era uma mulher alegre, esperta, carinhosa, compassiva e doce. Eles a chamavam de querida mamãe. 

Quando sua madrasta Maria Luísa morreu em 1816, Leopoldina guardou um profundo luto por ela.

Maria Leopoldina sempre foi muito inteligente e adorava ciencias naturais

Ao invés de se preocupar com vestidos e moda como as demais princesas de sua época. Leopoldina centrava toda a sua atenção em livros e estudos, principalmente mineralogia e ciencias naturais. Além de ter um grande conhecimento de latim clássico, falava italiano francês e inglês, e claro, seu alemão nativo. 

Sabia desenhar e pintar. Tocar instrumentos musicais e dançar. 

Imperatriz Maria Leopoldina
Imperatriz Maria Leopoldina

Apesar de ser uma menina extremamente culta e inteligente, ela não possuía uma destacada beleza física. Leopoldina era uma jovem loira, de constituição robusta, tinha olhos azuis, pele muito pálida, lábios carnudos muito característico dos Habsburgos e bochechas rosadas.

Em 1810, sua irmã mais velha Maria Luísa, com a qual era muito unida, se casou com Napoleão Bonaparte, o inimigo da família. Leopoldina sentiu muito o casamento de sua irmã e se compadeceu dela. Esperava não ter um destino igual ao dela. 

Procurando um marido para Maria Leopoldina

A vida de Leopoldina era um pouco sem perspectiva, e o padre Franz II já brincava que ele queria contratá-la como mineralogista da corte. Mas a arquiduquesa não precisou esperar muito: no verão de 1816, o seu pai começou a procurar um candidato adequado para casar. Sem dúvida, isso foi muito emocionante para ela, que naturalmente esperava finalmente deixar a arcaica corte vienense.

Aos 19 anos, ela era quase velha demais para o mercado de casamentos da época, pois esperava-se que as mulheres nobres se casassem o mais cedo possível para ter o maior número de anos de gravidez pela frente. Inicialmente, Frederico Augusto II, sobrinho do rei da Saxônia, estava sendo considerado, quando seu pai foi repentinamente apresentado a um candidato a casamento muito mais lucrativo: Dom Pedro, príncipe herdeiro de Portugal e do Brasil. Embora Dom Pedro demonstrasse uma conduta considerada pela corte austriaca imoral, ele finalmente optou por casar sua filha com Dom Pedro por interesses políticos.

Dom Pedro I
Dom Pedro I

Noivado com o Principe Pedro de Portugal

Pedro era filho de Dom João VI e Carlota Joaquina, uma infanta de Espanha. 

Desde 1807, a família real portuguesa havia se mudado para o Brasil, escapando da invasão napoleônica. E ali permaneceram.

Para Dom João VI o casamento era muito vantajoso, pois a Áustria era uma das potências mais influentes e poderosas do continente europeu. Com essa união, queria aumentar a reputação de Portugal através de uma conexão com uma grande dinastia européia.

Ao acertar o casamento, caríssimos presentes foram enviados e entregues de forma muito pomposa a Leopoldina em Viena. 

Leopoldina ficou muito impressionada e feliz, já que também havia visto um retrato de Pedro e ficou apaixonada. Ela o achava muito bonito e chegou a dizer que alguém assim só podia ter uma bela alma. Além disso, ela adorava a ideia de ir pro Brasil, pelos relatos que havia escutado sobre o clima e as paisagens paradisíacas.

Dom João VI e D. Carlota Joaquina
Dom João VI e D. Carlota Joaquina

Principe Pedro de Portugal, o futuro Dom Pedro I

O príncipe de 18 anos era um jovem inteligente e muito atraente, era atlético e não muito corpulento e dava a impressão de ser mais alto do que era na realidade. Com talento artístico e paixão pelas ciências, tinha carácter impetuoso, impulsivo e muito nervoso. Em alguma ocasião havia padecido de leve crise epilepsia.

Em 13 de maio de 1817, se celebraria no palácio imperial de Viena, o casamento por poderes entre o príncipe Pedro e a arquiduquesa Leopoldina. Assim Leopoldina se converteria na princesa consorte herdeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve. 

O príncipe português era um mulherengo incorrigível, justamente na época de seu casamento, ele estava mais interessado com o romance que tinha com a bailarina francesa Noémi Thierry, de quem estava apaixonado e que tinha tido um filho que havia nascido morto.

Ao herdeiro de Portugal lhe chamavam de Dom Pedro desde que se entendia por gente. Ao princípio, seu destino nao era ser o primeiro na linha de sucessão, pois não era o primogênito, isso correspondia ao seu irmão mais velho, que se chamava Francisco Antônio. Mas ele faleceu com 6 anos de idade. 

Após essa tragédia a vida de Pedro mudou. Até esse momento, seu pai não havia se preocupado em dar a Pedro a mesma formação da que havia dado ao seu outro filho, que seria o primeiro na linha de sucessão. 

A chegada de Maria Leopoldina no Brasil

Desambarque de D. Leopoldina no Rio de Janeiro
Desambarque de D. Leopoldina no Rio de Janeiro

Dois navios austríacos, com as bandeiras hasteadas, acompanharam Leopoldina a seu novo destino, o Brasil.

Ao invés de levar estilistas ou cabeleleiros, ela levou diferentes cientistas para explorar o novo mundo. 

Depois de fazer uma escala na ilha da madeira e uma travessia contínua de 84 dias, ela chegou ao Rio de janeiro no dia 5 de novembro de 1817.

“[…] Nem pena nem pincel podem descrever a primeira impressão que o paradisíaco

Brasil causa a qualquer estrangeiro […] na entrada da baía há três belos fortes,

além de vários grupos de ilhas, ao longe vislumbram-se altíssimas montanhas cobertas

de palmeiras e muitas outras espécies de árvores.”

Escreveu Leopoldina impressionada ao chegar ao Brasil.

O casamento de Maria Leopoldina com o principe Pedro

Casamento de Pedro e Leopoldina
Casamento de Pedro e Leopoldina

Depois de ver pessoalmente pela primeira vez seu esposo, ele parecia mais atraente ainda mais que pelo retrato. Se apaixonou por ele à primeira vista. Mas o mesmo não aconteceu com ele, pois para ele, ela não era nada atraente. Pedro ainda se lembrava de sua bailarina francesa e a arquiduquesa não tinha nada a ver com ela. O que foi uma decepção para ele. 

No dia seguinte, o casamento se realizou na capela do palácio de são Cristóvão.

Aquele ambiente nada se comparava com o esplêndido castelo de Hofburg, onde ela tinha crescido.

Leopoldina fica escandalizada com os costumes e modos de sua nova familia

 A família que Leopoldina havia se unido, não podia ser mais diferente da sua. As aventuras sexuais, muito mal vistas na corte austríaca, era protagonizadas pela própria rainha, Carlota Joaquina, a plena luz do dia. A sua sogra, que tinha uma língua bem suja e desenfreada, encandalizava a jovem princesa. 

Não eram acostumados a usar talheres para comer pois consideravam que era mais divertido comer com as mãos. 

Ninguém havia preparado Leopoldina para essa realidade. Mas ela tentou se adaptar o melhor que pôde, adotando seus costumes. 

Porém, não conseguiu se adaptar ao clima sufocante do Brasil, e nem gostava muito da comida da região.

No início, chegou a pedir que lhe preparassem pratos de sua terra. Mas com o tempo, foi se acostumando, inclusive, aprendeu a falar e escrever perfeitamente o português.

Dona Leopoldina sendo recebida por Dom Pedro
Dona Leopoldina sendo recebida por Dom Pedro

Uma esposa fiel para um marido mulherengo

Durante toda a sua vida, foi uma boa esposa, atenta e leal ao seu marido. 

Durante as primeiras semanas de casamento, era evidente que o casal não era compatível. 

Leopoldina não demorou para perceber que seu marido não tinha muitos modos, era arisco e bastante brusco, e não a pessoa afável que lhe haviam descrito e que ela tantas vezes imaginou quando estava em Viena.

Também bebia muito e era um homem boêmio.

Apesar de parecer que não havia nenhuma compatibilidade, a mineralogia, a música, a caça e a equitação eram interesses em comum entre eles. 

Leopoldina podia não ser bela, mas quando montava em um cavalo, despertava a admiração de todos por sua graciosidade e elegância.

Conhecendo o seu novo pais e o seu povo

Em seus passeios pela cidade e seus arredores, observava impressionada a quantidade de escravos que haviam na cidade, a maioria, africanos trazidos a força de seu país para desempenhar os trabalhos mais precários.

Tinha sentimentos desencontrados em relação a esse novo mundo. Com uma mistura de interesse e medo, Leopoldina sentia seu dever a sua nova pátria, com intenção de melhorar as condições do povo. 

Devido a pouca educação de Pedro, Leopoldina rapidamente ganhou influência sobre seu esposo. Durante os primeiros anos, o casamento parecia bastante harmonioso. Pedro parecia cumprir com suas obrigações conjugais, já que Leopoldina passou praticamente todo seu casamento grávida. 

Apesar disso, Pedro nunca abandonaria seus casos amorosos, seja com bailarinas, atrizes e até mesmo escravas.

Dom Pedro chegou a levar Leopoldina consigo quando visitava sua amante, a bailarina francesa. Apesar disso, a arquiduquesa manteve a compostura que lhe foi ensinada. Pedro, inclusive, tirava o   dinheiro das despesas mensais para gastar com suas amantes, o que constantemente lhe causava dificuldades financeiras. Seus constantes esforços para manter a compostura diante das loucuras e excessos de seu marido, certamente a levariam à beira de um colapso nervoso, mesmo que ela não o deixasse saber.

A única pessoa da corte que compreendia e sentia empatia por Leopoldina foi seu sogro, D. João VI. Para agradá-la, ele mandou colocar um busto do imperador Francisco II no palácio Boa Vista, perto do Rio, pelo que Leopoldina ficou extremamente agradecida.

Os filhos do Casal

Leopoldina e os filhos
Leopoldina e os filhos

Ao todo, tiveram 7 filhos, um seguido do outro. Além de vários abortos. A primogênita do casal viria em 1819, a que chamaram de Maria Glória, o parto dela foi terrível para a jovem: ela escreveu à irmã Marie Luisa que o cirurgião português a havia literalmente destruído com as mãos. Em 1820 nasceu Miguel, que faleceu pouco depois. Juan Carlos, nasceu em 1821 e faleceu com 11 meses. Em 1822, Januária Maria, em 1823, Paula Mariana. Em 1824, Francisca Carolina. Pedro, que sucederia ao seu pai como Dom pedro II nasceu em 1825. 

Retorno da Familia Real à Portugal

Desembarque de Dom João VI em Portugal
Desembarque de Dom João VI em Portugal

Em 1820, ocorreu uma revolução constitucional na cidade portuguesa de Porto, que exigiu a volta da família real portuguesa.

O rei apoiou a constituição liberal e se viu obrigado a voltar a Portugal.

Em 25 de abril de 1821, com a intenção de diminuir a manifestação popular causada pela ausência da família real, Pedro ficou no Brasil como regente com sua mulher e seus filhos. 

A partir disso, as diferenças entre os súditos portugueses e brasileiros se tornaram muito mais evidentes, com manifestações públicas que frequentemente acabavam em brigas.

Maria Leopoldina, a melhor conselheira que Dom Pedro podia ter

Mesmo que tivesse um conselho de regência, Pedro valorizava muito a opinião de Leopoldina. A  admiração que sentia por ela, de sua formação, seus conhecimentos e seu ponto de vida havia crescido com os anos. 

Sua intuição lhe dizia que não encontraria conselheira mais fiel em toda sua vida. Precisava dela ao seu lado, mas não como amante e sim como assessora e amiga. Para desgosto de Leopoldina, que seguia amando seu marido. 

Ela aconselhou seu esposo a proclamar a independência do Brasil, para não ter que voltar para Portugal. 

Regente do País

E mesmo que a princípio não queria, pois iria contra seu pai e Portugal, Pedro decidiu ficar no Brasil e em 13 de agosto de 1822, entregou o poder a Leopoldina, nomeando- como chefe do conselho provisório do Estado e princesa regente do Brasil, dando a ela a capacidade jurídica necessária para governar o país durante sua ausência. Ele se mudou para a província de São Paulo, que se encontrava agitada pelo movimento da independência. 

Leopoldina atuou como uma mãe generosa para o país. Ficando também conhecida como patrona das artes e das ciências, convidando cientistas naturais austríacos e pintores para viajar ao Brasil. Além disso, a arquiduquesa patrocinou inúmeras expedições científicas, mandou construir um gabinete de história natural no Museu Nacional do Rio e apoiou a criação de um museu brasileiro em sua cidade natal, Viena.

Ao mesmo tempo, Leopoldina recebeu a notícia de que Portugal estava preparando uma série de sanções econômicas e militares contra o Brasil. Portanto Leopoldina sabia que não podia esperar a volta do príncipe Pedro para tomar medidas drásticas necessárias e urgentes daquele momento.

Maria Leopoldina, Paladina da independencia do Brasil

Maria Leopoldina como regente do Brasil
Maria Leopoldina como regente do Brasil

Então, assessorada pelos seus conselheiros e usando suas atribuições como chefe  do governo interina, se reuniu com o conselho de estado, na manhã de 2 de setembro de 1822, redige carta a d. Pedro I. Em sua carta, Leopoldina sugere a Pedro proclamar a Independência do Brasil.

O oficial mensageiro chegou ao príncipe no dia 7 de setembro de 1822. Dom Pedro leu todas as notícias e ratificou a ordem de independência às margens do Rio Ipiranga. 

Na espera do retorno do príncipe Pedro, Leopoldina como governante provisória do novo império, idealiza que a nova bandeira da nação, com um diamante amarelo, a cor da casa burgo Lorena em um retângulo verde, a cor da casa de Bragança. Pedro e Leopoldina foram os primeiros imperadores de Brasil e ambos foram coroados no dia 1 de dezembro de 1822. 

Em 25 de março de 1824, foi publicada a primeira constituição brasileira, que consolidava a independência do Brasil. Depois de demoradas negociações, Portugal assinou em 29 de agosto de 1825, um tratado com Brasil, no qual reconhecia sua independência. 

Domitila de Castro

Domitila de Castro - Marquesa de Santos
Domitila de Castro – Marquesa de Santos

O triunfo foi seguido de uma tragédia pessoal de Leopoldina. Em 1822, durante sua estada em São Paulo, Dom Pedro conheceu a burguesa Domitilia de Castro. 

Ela foi apresentada à corte como sua amante e foi aí que começou a pior fase da vida de Leopoldina. Até esse momento, todas as suas amantes haviam ficado em segundo plano, mas o mesmo não aconteceu com essa, da qual ele se declarava apaixonado. Começou a negligenciar cada vez mais a sua esposa.

Para a humilhação de Leopoldina, Pedro deu à amante o título de marquesa de Santos e a nomeou a primeira dama de companhia da imperatriz. Além disso, a cobriu de dinheiro e presentes, enquanto Leopoldina sofria constantemente com a falta de dinheiro.

Como se já não bastasse tudo isso, Leopoldina ainda teve que suportar que Domitila desse ao Imperador uma filha ilegítima, que foi criada à nobreza, juntamente com seus meio irmãos, filhos legítimos do casal imperial.

Imperatriz do Brasil e Rainha Consorte de Portugal e Algarve

Imperatriz Maria Leopoldina
Imperatriz Maria Leopoldina

Em 10 de março de 1826, faleceu o pai de Pedro, Juan VI de Portugal, possivelmente envenenado. Então Pedro e Leopoldina, que estava grávida de seu oitavo filho, foram proclamados reis de Portugal e Algarve. 

Mas nessa época, a saúde da Imperatriz Leopoldina já era muito delicada. Passar por tantos partos seguidos um do outro sem ter tempo de se recuperar entre eles, acabou debilitando sua saúde. Além de estar sofrendo uma depressão profunda devido às humilhações por parte de seu marido e sua amante  a qual inclusive lhe presenteou com uma casa, para ter seus encontros com ela..

Toda essa insatisfação se manifestava na forma de “suores, dores de cabeça e insônia”.

O Povo amava a Imperatriz Leopoldina

Houve um incidente em uma viagem à Bahia, em que Pedro insistiu em levar a Marquesa de Santos. Ele passeava com sua amante pelo convés do navio durante a viagem enquanto Leopoldina ficou embaixo no camarote, com sua filha, Maria da Gloria lendo ou jogando. Quando chegaram em Salvador, a cidade estava pichada e haviam vários panfletos espalhados pelos muros criticando e fazendo piadas sobre a marquesa de Santos. A Imperatriz tinha o apoio total de seu povo, que estava tão insatisfeito quanto ela.

Em outubro de 1826, Leopoldina deu um ultimato ao marido: ele deveria confessar publicamente a ela ou a sua amante, e se não o fizesse, ela retornaria ao reino de seu pai.

Leopoldina mandou colocar as malas de Dom Pedro em frente às portas da residência Boa Vista, o que gerou uma discussão acalorada entre os dois, após a qual Leopoldina ficou visivelmente pior do que antes. 

A Morte de Leopoldina, a primeira imperatriz do Brasil aos 29 anos

Funeral de Dona Leopoldina
Funeral de Dona Leopoldina

Em novembro de 1826, outro incidente ocorreu quando Dom Pedro tentou forçar sua esposa a aparecer em público com a marquesa, o que ela recusou. Dom Pedro maltratou brutalmente Leopoldina, deixando-a com hematomas, maus-tratos que, aliás, ela confirmou em carta à irmã María Luisa: 

“Há quase quatro anos, minha adorada mana, como a ti tenho escrito, por amor de um monstro sedutor me vejo reduzida ao estado da maior escravidão e totalmente esquecida pelo meu adorado Pedro. Ultimamente, acabou de dar-me a última prova de seu total esquecimento a meu respeito, maltratando-me na presença daquela mesma que é a causa de todas as minhas desgraças. Muito e muito tinha a dizer-te, mas faltam-me forças para me lembrar de tão horroroso atentado que será sem dúvida a causa da minha morte. Cadolino, que por ti me foi recomendado, e que me tem dado todas as provas da maior subordinação e fidelidade, é quem fica encarregado de entregar-te a presente, e declarar-te o que por muitos motivos não posso confiar a este papel. Tendo ele todas as informações que são precisas sobre este artigo, nada mais tenho a acrescentar, confiando inteiramente na sua probidade, honra e fidelidade.”

Como conseqüência, em 1º de dezembro de 1826, ela sofreu um aborto espontâneo, que afetou tanto Leopoldina que ela morreu após dez dias com febre alta e dores lancinantes em 11 de dezembro de 1826. Pouco antes de cumprir 30 anos. 

Leopoldina foi enterrada 3 dias depois de falecer, no convento da Ajuda, mas foi demolido em 1911 e seus restos foram transferidos para o monastério de Santo Antônio. Desde 7 de setembro de 1954, aniversário da declaração da independência brasileira, seus restos descansam na cripta imperial, no monumento da independência do Brasil, em São paulo, juntamente com seu esposo. 

A Imperatriz Maria Leopoldina, como a chamavam no Brasil, foi muito querida pelos brasileiros, que dolorosamente choraram por sua morte. 

Uma vez ela escreveu à sua irmã Luisa:

“Nós, pobres princesas, somos como os dados que se lançam à sorte ou ao azar”

Veja a sua biografia em Vídeo:

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