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Ela foi a filha e herdeira dos grandes Reis católicos da Espanha, esposa de Felipe de Habsburgo e mãe do Imperador Carlos quinto do sacro Imperio Romano Germanico e Rei Carlos I da Espanha. Ela foi traída de forma sucessiva pelo seu pai pelo seu marido e pelo seu filho. Passou a história como Juana a louca. Provavelmente tenha sido uma das grandes herdeiras da Europa que recebeu o destino mais trágico, já que ela passou quase 50 anos aprisionada em uma torre do Castelo de Tordesilhas, primeiro por ordem do seu pai e posteriormente por ordem do seu próprio filho.

Juana Infanta de Castela e Aragão veio ao mundo em 6 de novembro de 1479 na cidade de Toledo, foi a terceira dos cinco filhos de Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão, conhecidos como Reis Católicos.

Juan ocupou um lugar muito distante na linha de sucessão, mas mesmo assim, a menina recebeu uma educação cuidadosa típica de uma infanta orientada sobretudo pelos os pais, que não se preocupam em prepará-la para reinar, pois nunca pensaram que um dia ela teria que ocupar o trono. Desde muito jovem mostrou uma grande inteligência aprendeu a dominar as línguas românicas tinha boa aptidão para a música era boa dançarina, e adorava cavalgar, essa educação era rara nas mulheres de seu tempo e até mesmo para as princesas e tanto Juana quanto suas irmãs eram consideradas as melhores e mais preparadas princesas de toda Europa.

Joana a Louca

 Joana a Louca



Ruanna cresceu muito apegada emocionalmente a sua mãe que tentou inculcar nela o seu fervor religioso porém Ruana sentiu certa indiferença ao longo da sua vida pela religião algo que a sua mãe tentou ocultar de todas as formas

os reis católicos Isabel e Fernando tentaram fortalecer o reino de Espanha como objetivo de proteger o país das ameaças externas e expandir a sua influência na Europa preparando casamentos estratégicos para os seus filhos.

Naquela época o inimigo declarado da Espanha era a França, então eles tentaram fazer umas alianças com reinos para proteger ainda mais as fronteiras espanholas e os casamentos mais prometedores para o reino da Espanha naqueles momentos era com os herdeiros de sacro império romano-germânico assim que os reis católicos decidiram fazer não somente uma aliança, mais duas com o imperador Maximiliano da Áustria, os reis católicos casariam respectivamente o príncipe Juan o primogênito e herdeiro com a Princesa Margarida da Austria, e Juana com o primogênito do sacro império Filipe, que passaria a história como Filipe o Formoso.

Aos 16 anos Juana teve que deixar a sua terra natal para se casar com Felipe e para que ficasse registrada a importância desse evento para o mundo a princesa viajou guardada por nada menos que 131 navios e mais de 15 mil homens da cidade de Laredo a Flanders que seria a sua nova pátria. Foi um acontecimento histórico uma autêntica demonstração de poder que o mundo ocidental não esqueceria.

A travessia teve alguns contratempos em primeiro lugar eles foram obrigados a atracar em Portland na Inglaterra no dia 31 de agosto e quando finalmente a frota pode seguir viagem uma das um dos navios que transportavam 700 homens com todos os vestidos e o enxoval de Juanna e muitos dos seus objetos pessoais encalhou em um banco de pedras e finalmente teve que ser abandonada.



Depois de todos esses contratempos finalmente Juanna chega o seu destino porém não foi recebida pelo seu noivo já que ele estava em uma caçada e em parte também porque o país francês fez uma forte Oposição a esse casamento por que essa aliança fortaleceria o reino de Espanha e não era do agrado dos Franceses e assim Juana teve que esperar durante 34 dias para poder ver o seu noivo e dizem que os espanhóis ficaram extremamente ofendidos com essa desfeita e pensaram em desistir da Aliança, quando finalmente Filipe apareceu. E apesar de que os dois somente haviam se visto por fotografia por retrato eles se apaixonaram à primeira vista Felipe o Formoso disse em seguida ao Capelão Diego Ramires que celebrasse a cerimônia de casamento naquele mesmo instante ainda que essa cerimônia estava marcada para ser realizada 4 dias depois, porem ele teve muita pressa de ir para os aposentados com a sua esposa e assim o fez. Finalmente eles se casaram de forma oficial no dia 21 de outubro de 1496.

Juana recebeu o titilo de arquiduquesa da Áustria e Duquesa de Borgonha.

Felipe Um ano mais velho que Juana, fora educado num ambiente muito mais liberal e desinibido que o da sóbria corte castelhana. Juana que se apaixonou perdidamente pelo seu marido, fez todo o possível para ser a esposa perfeita aprendendo todos os costumes do seu novo país. já que religiosa e familiar corte castelhana contrastava com a festiva, desinibida e individualista corte flamenga. Em Bruxelas se valorizava o luxo, requinte nas vestes, cores vivas, boa comida, música e dança. Era o verdadeiro cenário de um ambiente da renascença.

Filepe o Formoso, era realmente belo, alto um homem muito atrativo, adorava praticar esportes, era exibido, ostentador, vaidoso, egoísta e mulherengo. Que também se apaixonu por Juana, porem em pouco tempo voltou a rotina, com a sua interminável lista de amantes. E certamente Felipe nunca abandonou os encontros sexuais com sua esposa nos 10 anos que durou o casamentou, tiveram seis filhos. A filha mais velha do casal, a princesa Leonor, nasceu em Lovaina em 15 de novembro de 1498. Esta menina se tornaria rainha consorte de Portugal e França.

As infidelidades de Felipe foram tão contínuas que fizeram Juana desenvolver ciúmes obsessivos e um caráter dominador. O que foi mal visto por todos. Porque era uma época em que se considerava normal e aceitável que homem pudesse ter amantes, já que o papel da mulher estava bem definido, dar à luz e ocupar-se dos filhos não tendo muito tempo para dedicar ao marido, ele podia perfeitamente procurar uma amante para atender as suas necessidades sexuais. As mulheres tinham tinham que aceitar sem reclamar, Sobretudo entre a nobreza, onde a imagem era tudo, e os escândalos de um mulher ciumenta era o cúmulo.

Mais Juana era uma mulher de personalidade e nervos à flor da pele e como qualquer mulher casada, jamais aceitaria as infidelidades do marido, e as brigas entre o casal eram constante, já que Juana passou mais de uma vez pela humilhação de pegar o seu marido na cama com outras.

Naturalmente esse ciúmes de Juana, irritava profundamente ao marido, que achava um saco que Juana estivesse sempre alerta, pegava no mesmo, estragando os seus encontros, as suas aventuras… ela Juana sentia a necessidade constante de controlar o marido e saber de cada passo que dava tanto que em 24 de fevereiro de 1500 Juana estava em uma festa com única a intenção de vigia-lo, apesar de estar com 9 meses gravides, na festa sentiu as dores de parto, e em uma das latrinas do palácio ela deu à luz, o príncipe Carlos que mais tarde seria o rei Carlos primeiro na Espanha e Carlos V do sacro imperio romano germanico.

As coisas mudariam radicalmente para Joana alguns anos antes com a morte dos três primeiros herdeiros à coroa de castela e aragao. Os seus dois irmãos mais velhos, os príncipes Juan e Isabel, morreriam com somente um ano de diferença 1497 e 1498 respectivamente. Isabel que havia tido um filho, Miguel que passou a ser o primeiro na linha de sucessao, acabou falecendo ainda criança no ano de 1500. e Juana passou a ser a herdeira.

Em 18 de julho de 1501 Juana deu à luz seu terceiro filho, uma menina chamada Elizabeth que se tornaria rainha consorte da Dinamarca.

E em novembro desse mesmo ano Juana e Don Felipe deixaram a corte Flandes com destino a Espanha, já que agora eles eram os herdeiros legítimos ao trono. Em 22 de maio de 1502 eles foram nomeados príncipes de Asturias pelas Cortes castelhanas reunidas em Toledo.

Naquela época ninguém questionava a capacidade de Juana para reinar, o seu temperamento explosivo já era do conhecimento de todos, era considerado um traço herdado de sua mãe mulher imponente, que também era propensa a crises e melancolia.

Filipe adorou ser o sucessor do reino da Espanha, agora ele era herdeiro e o homem mais uma importante de quase toda Europa. E uma vez que foram reconhecidos seus direitos sucessórios, Filipe, que era vaidoso e ostentoso, colidiu com o ambiente simples e caseiro da corte castelhana, de modo que a relação com os sogros ficou bastante tensa apesar dos apelos de sua esposa, Felipe partiu para a Flandres, deixando Juana em um estágio avançado de gravidez com seu quarto filho, ela queria acompanhá-lo, mas sua mãe a rainha Isabel a impediu porque, entre outras razões, uma viagem tão longa não não era aconselhável.

Juana jamais esqueceria o esposo, ao contrario, entrou em forte depressão, triste por ela pensou que o seu marido ficaria ao seu na espera do nascimento do bebê, ele implorou tanto, mais ele simplesmente arrumou as malas e se foi.

No 10 de março de 1503, Juana deu à luz, um menino que recebeu o nome de Fernando em homenagem ao seu avó e que se tornaria imperador da Alemanha.

Depois de dar à luz, Juana Juana pensou que podia correr aos do marido, mas, foi impedida pela mae, que tinha a intenção que Juana a sucedesse como rainha proprietária, com ou sem o seu marido. E fez de tudo para que ela ficasse em Castella, ao seu lado para aprender a reinar, cedo ou tarde esqueceria do seu esposo, se ele se empenhasse em viver em Flandes. Assim não permitiu que Juana partisse a flanders e a trancou no Castillo de la Mota, para que Juana refletisse e cumprisse com as suas obrigações de herdeira, nada mas longe da realidade, já que Juana confrontou violentamente sua mãe para permitir que ela partisse para Flandes, para estar com o marido e os filhos Leonor Carlos e Isabel que haviam ficado em flanders. Diante das negativas, Juana deixou de comer, dormir e segundo o próprio relato de Isabel, sua filha atentou contra a sua própria integridade física, ficou no recinto externo do Castelo descalça e sem agasalhos até as 2 da manhã de uma das noites mais frias do ano.

Dando assim os primeiros sinais claros de desequilíbrio, perante tal comportamento em meados de 1504, a Rainha Isabel, que já se encontrava muito doente, deu-lhe autorização e recursos para que Juana voltasse a corte de Fladers com a condição de ser vigiada, porque alguém de confiança que informaria à rainha a momento sobre qualquer comportamento anormal de sua filha.

E esta seria a última vez que Juan veria a sua mãe com vida, e segundo as suas próprias palavras se arrependeria muito das fortes brigas que teve com a sua mãe, elas muito parecidas e se chocaram muito, porém se adoravam e eram muito apegadas.

Quando Juana chegou a Flanders, a felicidade foi imensa, mas durou pouco, já que encontrou o marido solto, e concentrado nas suas amantes e o ciúmes descontrolado dela voltou com a mesma intensidade, Inclusive chegou ao ponto de cortar o cabelo de uma das damas da corte com quem Filipe se divertia.

Isabel a Católica morreu em 26 de novembro de 1504, mas sabendo dos escândalos e descontrole da sua filha, três dias antes falecer, ela modificou seu testamento e a princesa Juana, arquiduquesa da Áustria, duquesa de Borgonha, e filha mais velha permanece como herdeira e sucessora do meu reino, porém, caso esteja ausente dele ou não queira ou possa governar, que o rei Fernando meu marido e senhor, assume a regência do reino até que meu neto Carlos tenha a idade de ao menos 20 anos governar.

Juana tornou-se rainha de Castela e Filipe rei consorte, o casamento permaneceu na corte de Bruxelas, onde 15 de setembro de 1505 ela deu à luz seu quinto filho, uma menina chamada Maria que se tornaria rainha consorte da Hungria.

Seguindo as indicações do testamento ditado pela rainha Isabel, o rei Fernando assumiu a regência porque sua filha não estava em Castela, algo que Filipe não aceitou, pois não estava disposto a renunciar a um poder que correspondia a ele, e não ao seu sogro, o Rei.

O rei Fernando II o pai de Juana fez uma manobra que não deu muito certo, casou-se por procuração com Germana de Foix, sobrinha do Rei de França, com o propósito de gerar um herdeiro varão para o reino de Aragão, e assim evitar que Juana não herdasse o seu reino, porem acabou por perder quase totalmente o apoio em Castela ja que foi visto como uma manobra para impedir que Juana a própria filha autentica espanhola herdasse o Reino de Aragão e pior ainda se uniu com o inimigo França. Filipe ambicioso queria o reino que lhe correspondia, mais queria reinar sozinho, e começou a traçar os seus planos para incapacitar Juana como louca e aprisiona-la para sempre. E dois lados foram criados que eram a favor de Filipe, o Belo e os que eram a favor de Fernando el Católico. E Juana a autentica herdeira ficou no meio da luta pela coroa por parte do seu pai e por parte do seu marido, e tristemente sabendo que ambos não a queriam por perto.

Don Felipe e Dona Juana juntamente com seus filhos embarcam para se mudar definitivamente para a Espanha em junho de 1506. Felipe conseguiu o apoio da maioria da nobreza castelhana então, depois de um acordo Fernando I teve que se retirar, mas não sem uma série de compensações economias. Acabou renunciando à regência que lhe correspondia segundo o testamento da rainha Isabel. Juana ficou triste e enfurecida com esse acordo do qual nem sequer participou, saiu do castelo e se mudou a uma casa bastante humilde e disse que não sairia de lá, ate que o seu amado pai fosse la busca-la e conversasse com ela. A decepçao foi grande, porque ele nunca apareceu. Por outro lado Filipe mexia os pauzinhos para se livrar da esposa, porem as Cortes de Valladolid se recusaram a declarar Juana incapacitada ou louca, como ele desejava. Juana foi proclamada como a legítima rainha e Felipe rei consorte. Eles se estabeleceram na Corte de Burgos.

A Rainha Juana estava gravida do seu sexto filho, quando de repente, o Rei Filipe adoeceu gravemente com febres estranhas, Juana não saiu do lado dela em nenhum momento até manhã de 25 de setembro de 1506, quando Filipe morreria com apenas 28 anos.

Um dos reinados mais curtos da história da Espanha, sendo de apenas três meses, A versão oficial é de que ele morreu depois de beber água gelada após fazer exercícios intensos, mas muitos suspeitam até hoje que ele poderia ter sido envenenado e maior o favorecido com a morte de Filipe seria sem dúvida o seu sogro Fernando II, que retornou a Burgos, Juana que não pretendia se retirar do poder, mas governar sob os conselho de seu pai em harmonia, mas o monarca não queria governar nas sombras e nem compartilhar o trono com sua filha.

Enquanto isso ela, infinita dor e desespero pela perda do amado, iniciaria uma peregrinação com o caixão do marido pelas cidades de Castela, recusando-se a enterrá-lo, decidiu o que levaria para ser enterrado em Granada como era a vontade do falecido.

Meses todos, a passagem de Juana com o seu séquito pelos povoados e cidades produzia uma impressão tão dolorosa, que todos já estavam chamando-a de Juana a louca. E isso foi o que começou a circular em todo o Reino:

“Em dezembro de 1506, uma mulher grávida de oito meses caminha à noite presidindo uma procissão fantasmagórica, a pé, pelos campos de Castela, carregando um caixão à luz de tochas. Nele estão os restos mortais de seu jovem marido, falecido três meses antes . A mulher leva a chave do caixão ao pescoço, pendurada numa fita negra, que de vez em quando abre a caixão para o seu amado esposo Filipe o Formoso. A procissão não para nas cidades, nem nas vilas, nem nas estalagens, nem nos conventos de freiras, nem em qualquer lugar onde pode encontrar uma mulher que pudesse tocar seu marido. A viúva é acompanhada por homens armados com tochas, alguns frades e mulheres mais velhas. Ela tem o rosto coberto por um véu, mas todos sabem que essa mulher que se esconde atrás de um véu preto é a mais rica e poderosa do mundo. Ela é Dona Juana I de Castela que leva seu marido Don Felipe I para enterrá-la em Granada, ao lado da rainha Isabel, a Católica.”

Mas a peregrinação teve que ser interrompida em Torquemada para que Juana pudesse dar à luz a sua última filha, Catarina, que nasceria a 14 de Janeiro de 1507 e que se tornaria rainha de Portugal.

Juana prosseguiu viagem até Tordesilhas, o seu pai Fernando II já havia tomado de conta do reino de Castella, já que Juana não atendia os assuntos urgentes do governo. E foi o seu próprio pai quem ordenou que fosse confinada no Castelo de Tordesilhas até que ela se recuperasse da morte do seu marido e voltasse a reinar. O caixão de Felipe foi depositado no convento de Santa Clara de Tordesilhas bem próximo ao castelo.

Juana tinha 29 anos, e a partir dai se tornaria vítima das ambições de seus parentes primeiro do seu pai e após a morte deste, do seu filho. Viveu aprisiada. Nao havia perdido o título de rainha, porem nunca reinou. Tanto ela quando a sua filha Catarina sofreriam privações e maus-tratos nas mãos dos marqueses de Denia que se ocupavam dos serviços do castelo e da rainha. Eles se encarregaram de que Juana não recebesse visitas e de vivesse à margem de todas as noticias e separada do resto de seus filhos.

O rei Fernando II, pai da Juana morreu em janeiro de 1516, dando ordens para que Juana continuasse aprisionada em Tordesilhas. Como ele não conseguiu ter o sonhado herdeiro com a sua jovem esposa francesa e Juana era a herdeira legítima do Reino de Aragão, embora em seu testamento Fernando designou como herdeiro legítimo o seu neto o Príncipe Carlos e nomeia o cardeal Cisneros como o seu Regente.

O filho Príncipe Carlos, que havia nascido em uma latrina, chegou à Espanha após a morte de seu avô para ser proclamado rei dos reinos que pertenciam a sua mãe em 4 de novembro daquele mesmo ano. Juana já levava 9 anos de confinamento, quando finalmente recebeu a visita de seus filhos Carlos e Leonor. Nesta visita Carlos obteve o consentimento escrito de sua mãe para que ele governasse em seu nome, porem, Carlos já havia se tornado o rei titular dos reinos.

Em 1520, houve uma revolta dos Comuneros que lutou para tomar o trono do rei Carlos, que também havia sido nomeado como Imperador do sacro Império Romano Germanico, os Comuneros o viam como um usurpador estrangeiro e queriam restaurar a rainha legítima, Juana primeira de Castela. Eles foram no castelo de Tordesilhas, onde conseguiram ver e conversar com Juana e atualizá-la sobre a situação real de Castela, pois até aquele momento a rainha nem sequer sabia que seu pai havia morrido vários anos antes. Embora Juana parecesse apoiar o movimento, com certo entusiasmo desde seu confinamento há 15 anos, na hora da verdade, a revolta fracassou porque ela se recusou categoricamente a assinar qualquer documento, pois ao fazê-lo ela teria acabado com o direito de seu filho de reinar como vinha fazendo até agora, sua lealdade como mãe era inquebrável, apesar de ter recebido um tratamento injusto e quase desumano desse mesmo filho.

A sua filha Catarina seria que era a sua única companheira por 18 anos, foi separada dela por ordem de Carlos I, e foi enviada ao seu novo destino em Portugal tornando-se rainha consorte.

Pelo resto da vida, Juana viveu reclusa em Tordesilhas, recebendo pouquíssimas visitas de seu filho sozinho ou acompanhado de sua família, durante essas visitas juana passou a sentir falta de certos objetos pessoais, como joias caíssimas e de valor sentimental incaculável para ela, já que algumas eram presentes do seu amado Filipe. Juana enlouquecida, colocava a culpa nos criados da casa, jamais na sua família, ainda que no fundo ela soubesse que o mais provável era que o seu sangue estivesse por trás desses roubos.

Passava os dias olhando o horizonte, desde sua janela e a sua condição física deteriorou-se progressivamente, perdendo a mobilidade das pernas e a sua condição mental apenas piorava, a pouca que a via, alguns religiosos acreditavam e diziam que a rainha estava possuída.

A rainha Juana morreu em Tordesilhas em 12 de abril de 1555, depois de ter sido prisioneira de 46 longos anos. Ela foi sepultada no Convento de Santa Clara de Tordesilhas até 1574, depois foi transferida por ordem de seu neto, o rei Felipe II, para Granada onde seus restos mortais repousam até hoje ao lado dos de seus pais os Reis Católicos e ao lado dos de seu amado marido.

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